(Em Edimburgo)
Juventude
que saíste à rua com todas as profissões
São oito
horas, nada tens e ficas incendiada a pensar no jantar.
A pasta
fresca e os molhos abraçam o leite de uma libra
No saco
laranja de um pôr-do-sol na fina película do dia
Como era
ontem, agora e sempre na suturação da candura laboral
Esta
juventude de cientistas vai para os quartos níveos
Aumentam os
níveis de ansiedade sob o olhar atento da Igreja de Tron
E as
inquietações carambolam policiadas pelos amigos distantes.
Juventude de
todas as conclusões das mais curtas às longas
Não
conheceste o tear, e a roda, e as palavras dos subordinados dos teus pais
Juventude de
países de primeiro mundo alimentando o carbono dos mercados
Os teus
exércitos populares insurgem-se para ir cantar aos jurados.
Dedica-se à
palavra, não; então à rima, não;
Recria-se na
mesma cultura, das mesmas andaduras
Os ciclos de
verduras encarreiradas. E os cabelos ondulados
E os
familiares de veludos e de trajes de luzes
Azuis de
orgulho, dourados de cinismo, fazem a plateia.
Ilumina-se
com este chicote, esta era de novos pobres
Sem pulso
para rasgar o nevoeiro, esperando o messias num pacote de bolachas.
Contemplam a
terra plantada de escravos
Com corpos
de vidro.
Levaste ovos
para casa, mas ficaram podres.
Não te
preocupes as galinhas tratam de ti.
Eu trato de
ti, sou uma fralda, amparo os teus humores,
Sou a alface
no teu traje de luces.
A parra do te
deum olha por vós
E vós por
vós olhais.
(06.07.2014)
Paulo Seara
Sem comentários:
Enviar um comentário