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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Poesia de primeira, à Segunda-Feira


Uniões I, colaboração entre Nuno Baptista (Texto e Desenho) e Rogério Paulo Martins (Texto)


Uniões I


Ideias, conceitos, vogo até ao termo despropositado de vulgares ideais idealizados, deambulatórios no pináculo sobriamente divagado nas curvas que te comandam… vozes aleatórias que perseguem o corpo, tributos turvos de atribulados espaços errantes, captas a instância, prevaleces na figura, observas atentamente aquele ponto que te persegue, deslumbras-te no vazio e consomes-te no tecido… Espraias-te no zimbório tocando com teus dedos, humedecidos no sexo, as extremidades das constelações esquecidas e deixas-te guiar para o papel. Pelo papel renasces bela, adormecida, dormindo num pesadelo de cetim, onde tu, Cronos, regurgitando teus filhos, te perdes na embriaguez das vagas encrespando seu abraço em teu redor. Num suave toque de seda, deixas-te deslumbrar pela ausência idealizada em mecanismos anatematizados pelo torpor do ódio enquanto olhas, captando o vazio. Deixas que o algodão te toque, doce como o mar.

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