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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#02/2016)

Silêncio


Uma noite,
quando o mundo já era muito triste,
veio um pássaro da chuva e entrou no teu peito,
e aí, como um queixume,
ouviu-se essa voz de dor que já era a tua voz,
como um metal fino,
uma lâmina no coração dos pássaros.

Agora,
nem o vento move as cortinas desta casa.
O silêncio é como uma pedra imensa,
encostada à garganta.


José Agostinho Baptista

1 comentário:

deep disse...

Gosto muito da poesia deste senhor. :)