nesse aroma de café
que inaugura a manhã e que,
a conta-gotas,
se imiscui no cheiro
permanente dos livros.
Há um secreto aconchego
nessa luz de sol morno
que entra pela janela,
nesse silêncio cortado, a espaços,
pelas vozes abafadas dos vizinhos.
Sobram ecos da infância
no tilintar da loiça
dos almoços dos outros,
no aroma familiar
do assado de Domingo,
nas conversas cruzadas
que adivinho…
E tudo, de uma vez só,
me assalta:
o torpor das tardes de estio,
o cheiro dos limos
e das malápias,
as brincadeiras depois da escola,
os rostos amigos…
E tudo, como cenas
de um filme mudo,
agarro, como, num ápice,
tudo perco…
Luísa Félix
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