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domingo, 29 de novembro de 2015

Undenied Pleasures por Nuno Baptista (#48/2015)



Quinto álbum dos The Strokes, Comedown Machine, teve uma grandes recepção por parte da crítica, afirmando que o Indie Rock deste trabalho é provocativo e muito bem pensado, estranho e sexista, quer mantenha o vortex criativo dos tempos de "Is This It" ou não.
Fiquem com "50/50" que não fica aquém do expectável.


SCREEN SHOT por A.A.M. (#48/2015)

(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)


Realização: Ingmar Bergman


Numa viagem entre o real e o surreal, um antigo médico e professor faz uma retrospetiva, numa formulação de pensamentos quase autobiográficos, em relação à sua existência. As escolhas de uma vida, fatores e critérios de decisão nessas mudanças, minuciosamente analisadas nessa viagem não só física como espiritual. Uma das obras mais aclamadas de Ingmar Bergman muito pelo seu género surreal, com interpretações de sonhos e a sua projeção, bem como a amargura do existencialismo e o olhar sobre os acontecimentos passados. Morangos Silvestres é um marco para a época e uma referência para outros autores, nunca deixará de ser… um clássico!


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Animagem (#24/2015)

Children (*Crianças), ou uma reflexão sobre um autómato presente e expectativas de um futuro pensante.




(*Tradução livre.)

Livros que nos devoram por Luísa Félix (#10/2015)

A metamorfose, de Franz Kafka


«Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto. Estava deitado de costas, umas costas tão duras como uma carapaça, e, ao levantar um pouco a cabeça, viu o seu ventre acastanhado, inchado e arredondado em anéis mais rígidos, sobre o qual o cobertor, quase a escorregar, dificilmente se mantinha. As suas numerosas patas, lamentavelmente raquíticas, comparadas com a sua corpulência, remexiam-se desesperadamente diante dos seus olhos.»




Franz Kafka, A metamorfose,
Público, Colecção «Mil Folhas»


Gregor Samsa é um vendedor, que vive com os pais e com a irmã. Funcionário e filho zeloso, levanta-se todos os dias bastante cedo para apanhar o comboio, que o leva a diferentes destinos. A sua maior preocupação é garantir o sustento da casa e saldar a dívida dos pais ao patrão. Sonha em poder pagar o Conservatório à irmã, que toca violino. 

Um dia, de chuva e de céu nublado, Gregor acorda um pouco mais tarde do que o habitual e vê-se transformado num insecto monstruoso que, pela descrição, se supõe ser uma barata. Pergunta-se se estará a viver um sonho, ocorrendo-lhe, depois, que possa estar a delirar, por não ter dormido o suficiente.

Apesar da metamorfose que se operou em si, atormenta-o, sobretudo, a impossibilidade de chegar a horas ao trabalho e a imagem de funcionário incompetente que dará de si. Enquanto está de costas, sem conseguir levantar-se, ele reflecte sobre a vida cansativa que leva e sobre o sonho adiado de ter um emprego que não o obrigue a dormir frequentemente fora de casa, a correr para os transportes e a alimentar-se mal e fora de horas.

Ao longo do tempo, ainda que no íntimo permaneça a mesma pessoa, Gregor vai sendo vítima da repulsa e do preconceito dos pais, das criadas e dos três cavalheiros que se hospedam lá em casa e que se sentem defraudados pela família, quando são confrontados com o seu aspecto monstruoso. A certa altura, até a própria irmã, que parece, durante muito tempo, ser a única com coragem suficiente para o alimentar e manter o quarto limpo, chega a desejar a sua morte.

A novela, publicada em plena Primeira Grande Guerra (1915), foi escrita em 1912, em língua alemã e tornou-se uma das obras mais lidas em todo o mundo, tendo sido, inclusive adaptada ao cinema.


A autora, Luísa Félix, pode ser seguida no seu blogue, Letras são papéis.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#47/2015)

Ícaro


Nando voou alto.
Alto, alto, tão alto.

Nando voou alto.
Alto, alto e mais alto.

Nando voou alto.
Alto! Alto! Alto!

E virou estrela…


Rogério Paulo E. Martins

Undenied Pleasures por Nuno Baptista (#47/2015)



Para os amantes de Cocteau Twins, temos aqui algo muito parecido em diversos aspectos, nos ambientes, na qualidade, nas composições sonoras... Empress Of, ou seja, Lorely Rodriguez é sem dúvida uma Imperatriz, como podemos comprovar neste seu EP de estreia, "Hat Trick". A beleza percorre este disco, revelando a forma fantástica em que Rodriguez está, pensando nas músicas grandiosas anteriores por ela divulgadas, floresce numa produção futurista e se o futuro passa por aqui, meus amigos, estamos bem entregues. Fiquem com "Hat Trick".


SCREEN SHOT por A.A.M. (#47/2015)

(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)


Filme: He named me Malala [Malala] (2015)
Realização: Davis Guggenheim


Filme, documentário, retrata os acontecimentos que marcaram a vida de uma jovem paquistanesa atacada pelos Talibã. Malala não é uma jovem qualquer. Malala Yousafzai. Malala Yousafzai. Malala Yousafzai. Não é demais repetir o seu nome invocando aquilo que representa. Defendora acérrima dos direitos à educação sobretudo das mulheres foi galardoada em Outubro de 2014 com o prémio Nobel da Paz. É, em paralelo com o livro, uma marca para a sociedade atual, de conflitos, e politicas de interesse, em que é apresentado um ponto de partida para a resolução de questões problemáticas: o acesso à educação.Eu, Malala, é o titulo do livro. Eu, tu, nós.. todos juntos continuaremos a sua missão.


Ditados Impopulares (#23/2015)



"Um provérbio com, pelo menos, dupla tributação fiscal."


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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#46/2015)

A saudade é uma folha morta caída no chão!


amo o vazio das dúvidas consistentes
os preceitos elaborados não me incomodam
e também nunca vejo uma boa solução
ouvi dizer
que a beleza das coisas fica sempre no meio
termo que poucas vezes se consegue tocar
lá fora
se há névoa, chuva ou vento a todos pesa
o tempero do carácter e a deformação social
ainda
na minha boca desliza a palavra como o ocaso
cedendo ao instante liquido da tranquilidade
enquanto
regresso ao colo onde me sinto menina
como quem volta a casa por um instante
cá dentro
quebram-se os limites da própria morte
ateia-se o lume às nuvens para que derretam
augura-se uma nova existência


Paula Santos

domingo, 15 de novembro de 2015

Undenied Pleasures por Nuno Baptista (#46/2015)



Voltamos ao "Indie Rock" para ouvir, directamente da Escandinávia, Fallulah e o seu álbum "Out Of It". Com uma voz altamente apetecível, este trabalho de Fallulah já obteve grande sucesso, denota substância e uma sofisticação interessante. Para os lados frios da Escandinávia temos a diversidade e adaptabilidade não só ao meio envolvente, mas também aos requisitos Europeus no que concerne este estilo musical.
Fiquem com a música que dá nome ao álbum, "Out Of It".


sábado, 14 de novembro de 2015

SCREEN SHOT por A.A.M. (#46/2015)

(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)


Filme: Inside Out ]Divertida Mente] (2015)
Realização: Pete Docter, Ronnie Del Carmen


A Alegria, o Medo, a Raiva, a Repulsa e a Tristeza são personificadas no cérebro de uma jovem menina, Riley. Quando o seu pai muda de emprego, toda a família tem de se deslocar da sua pacata vila no Minnesota para a grande cidade de São Francisco e com essa mudança surgem as mais variadas emoções que conduzidas pela Alegria, no seu cérebro, fazem com que a vida de Riley nunca deixe de ser feliz. No entanto quando a Alegria e a Tristeza se perdem, a Raiva e o Medo aproveitam e assumem o comando da vida da menina de 11 anos que se vê sujeita a explosivas variações de humor devido às traquinices de certas emoções. Mais um belo trabalho da equipa Pixar.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Animagem (#23/2015)

Strange Fruit (*Fruta Alheia) é uma curta-metragem israelita sobre xenofobia e o absurdo da discriminação e repressão em nome de falsos valores de igualdade e superioridade. Produzida e realizada na Academia de Artes e Design Bezalel, em Jerusálem, esta curta enfaixa em gaze as feridas que meio século ainda não sarou.




(*Tradução livre.)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ditados Impopulares (#22/2015)



"Um provérbio ideal para jantares em que a comida até pode não ser grande coisa porque importa mais a música ambiente, a sessão de poesia ou simplesmente a companhia."

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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#45/2015)

O Noivado do Sepulcro


Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,

D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tumba não cessei d'amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi jurar?

"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra jaz?

"Abandonado neste chão repousa
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ti!

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"Na fria terra sem vingança ter!

- "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda,
Responde um eco suspirando além...
- "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, gelado,
"Mas inda pulsa com amor por ti.

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o mundo,
"O mundo em trevas sem a luz do amor?

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
- "Oh vejo sim... recordação fatal!
- "Foi à luz dela que jurei ser tua
"Durante a vida, e na mansão final.

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a mim!"

E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.

Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.

Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.



Soares de Passos

domingo, 8 de novembro de 2015

Undenied Pleasures por Nuno Baptista (#45/2015)



Jay Jay Johanson lançou há dois anos o seu Best Of. Não sou propriamente de "Best Ofs", mas há que dar o mérito a Johanson, a selecção não está nada má e ainda incluí versões nunca divulgadas. Conhecido pelo seu Synthpop, Electroclash, Trip-hop e por tantas, tantas músicas de grande qualidade, como Believe In Us; Milan, Madrid, Chicago, Paris, entre várias, este apanhado à sua carreira faz jus a este Homem oriundo da Suécia. Temos a beleza, temos a melodia, as divagações e a ousadia. Para ouvir novamente, cá está a "Believe In Us".


SCREEN SHOT por A.A.M. (#45/2015)

(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)


Série: Supergirl (2015)
Criação: Ali Adler, Greg Berlanti, Andrew Kreisberg


Para além dos filmes, dos quais sou declarado fã, vi também durante algum tempo as séries relacionadas: Lois & Clark: As Novas Aventuras do Super-Homem e Smallville. O Super-Homem é o super herói por excelência. Nesta nova série é-nos apresentada a personagem já conhecida da DC Comics e criada por Otto Binder e Al Plastino, a Supergirl. Prima de Kal-El, estreou-se em Outubro nas suas aventuras em nome próprio e promete dar que falar no mundo das heroínas. Up and Away!


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ditados Impopulares (#21/2015)

(Os ditados Impopulares estiveram offline, por motivos técnicos, mas estão de volta à Pomar de Letras e ao facebook.)




"Um provérbio que todos os entaipadores de escolas e bibliotecas deveriam saber, uma vez que o conhecimento nunca está ilegal em edifícios públicos devolutos."

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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#44/2015)

Cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...


Fernando Pessoa - Álvaro de Campos

Undenied Pleasures por Nuno Baptista (#44/2015)



Conhecidos pelos estilos Neoclassic, Downtempo e Trip-hop, Nazar Traunm & MoVoX lançaram, em 2013, Nothing Is Going Wrong, álbum que conta com a voz de Oda May e Chris para fornecer carácter a um trabalho que nos envolve com as suas variações rítmicas, como uma espécie de onda a passar por cima de nós quando estamos debaixo de água. Nothing Is Going Wrong poderá suscitar dúvidas, mas caro leitor, rapidamente desaparecem com a sonoridade criada.
Fiquem com Nothing Is Going Wrong, o álbum na integra.