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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#39/2015) [Hoje, excepcionalmente, na Terça-Feira...]

A vida são apenas dois dias
E três noites, duas sem fim,
Pois são prantos as melodias
Abrindo e fechando o festim.

A festa é breve e descontínua
Para recomeçar depois;
Faz a noite fria e sem lua
Os dias da vida serem dois.

Ninguém se lembra bem ao certo
Como chegou a noite inicial
Nem sabe se está longe ou perto
A treva que será a final.

Tanta é a vez que o sol se esconde
Ou mesmo se eclipsa do céu
Que não sabemos quando nem onde
Ele raia ou se cobre com véu.

A noite que separa os dias
É dor que bem custa enfrentar
E dormindo sobre tragédias
Faz-se dia da noite a sonhar.

Assim os dois dias da vida
Podem parecer ter noites muitas
E a noite pelo meio é vivida
Como tendo alvoradas fortuitas.

A noite varia a duração
E os dias são grandes ou pequenos,
Pois ninguém escolhe a estação
De seus dias frios ou amenos.

Um dia será noite profunda
Mesmo sem dar p´ra perceber
E de novo a luz só inunda
A vida depois de morrer.


Hugo Carabineiro

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