Só sei que nada sei e tudo sinto
E se digo que amei não me minto.
A lua, o sol, as pedras e as flores são coisas que em si desconheço
São sensitivas e belas como a água, as searas, os rios e as estrelas
E senti-las na pele, no cheiro e no olhar é tudo quanto peço.
E se no chão me deito e inspiro o perfume do mar
Dispo-me de todo o conceito
Que o mundo é real, tacteável, cheirável e visível
E isso basta para o amar.
Do cimo de um outeiro alcanço um rebanho
A tarde adormece sereníssima e calma
E o rebanho é doce e bucólica miragem da minha alma!
Valter Guerreiro
2 comentários:
Caeiro, 100 anos depois, ainda tão jovem!
A (excelsa) poesia é intemporal. :)
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