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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#05/2015)

Alberto Caeiro em Pessoa


Só sei que nada sei e tudo sinto
E se digo que amei não me minto.

A lua, o sol, as pedras e as flores são coisas que em si desconheço
São sensitivas e belas como a água, as searas, os rios e as estrelas

E senti-las na pele, no cheiro e no olhar é tudo quanto peço.

E se no chão me deito e inspiro o perfume do mar
Dispo-me de todo o conceito

Que o mundo é real, tacteável, cheirável e visível
E isso basta para o amar.

Do cimo de um outeiro alcanço um rebanho
A tarde adormece sereníssima e calma

E o rebanho é doce e bucólica miragem da minha alma!


Valter Guerreiro

2 comentários:

Anónimo disse...

Caeiro, 100 anos depois, ainda tão jovem!

Unknown disse...

A (excelsa) poesia é intemporal. :)