Os rostos prateados pela lua
Carregam um pesar que era só deles
Até eu beber ali uma amargura
Sentida para aliviar aqueles
Que não se podem furtar a ela.
Acendo depois de uma outra vela.
Até o cão alheio que se demora
A velar pelo que não entende
Me comove no aqui e no agora
Em que a minha alma estende
Uma corda para o seu vazio
Que nem é quente nem é frio.
Como sinto dourada a alegria
Que respira forte de esperança
Numa expressão que contagia
De fé o mundo que avança.
Se existe em mim fronteira
Nunca será só à minha beira.
A minha vida é feita em laços
Bem para além do meu corpo
E no outro há meus pedaços
Tanto quanto em mim seu sopro,
Assim que me permitam entrar
Nos seus olhos para os meus dar.
Hugo Carabineiro
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