Há uma luz que resta conjugar:
tal como o verbo alienado -
dentro de uma acção repetida-
mente adiada - pela incerteza
maquinal de toda uma vida.
Observo a espessura dos dias
sinais absolutos de indiferença.
Assombram-nos como o vazio
do aço que se molda à cidade
fundida entre as nossas artérias.
Espelho-me na ferocidade
do todo pensamento.
Sinto a força terrível de uma
lâmina implacável & absoluta-
mente muda. Penso e adormeço,
sob as sentenças de um repouso
inacabado, uma tese por dissertar:
o mesmo erro repetido no tempo?
ou os braços maquinais
de toda esta vida?
Miguel Pires Cabral
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