Mais do que a sorte
de cada manhã:
levaram-nos o desejo
e as canções de sempre.
O poder da língua sub-
traída à loucura do amor -
como um não futuro -
no presente anunciado.
Por entre juras de ocasião:
ruas inteiras ao acaso -
flutuamos como a gente
que vagueia sem resposta
escondemos os restos
de sol - entre os bolsos
tão vazios -
quanto a toda a ignorância.
E a cidade reinicia-se
inteira: ateando no fogo
o sentido da nossa sorte.
E agora o que nos resta?
O desterro destes dias
ou o apelo para partir?
Miguel Pires Cabral
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