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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Poesia de primeira, à Segunda-Feira (#33/2015)

Não soube da tarde


Não soube da tarde
senão pela mudez das pedras,
pelo êxtase iluminado das árvores.

Ébria de memórias,
errei por caminhos de pó,
por trilhos de quietação.

Bebi, em sorvos lentos,
o aroma agreste das estevas,
bebi-me inteira, de um trago,
sem que me conhecesse.

Reencontrei-me no canto nocturno
das cigarras,
no restolhar animal e anónimo,

numa saudação longínqua de estrelas.


Luísa Félix

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