Stornoway é uma banda Britânica que faz um Indie Folk alternativo de grande qualidade. Em Março do ano passado lançaram o segundo ábum, "Tales From Terra Firma". Brian Briggs é um "songwriter" com uma sofisticação extraordinária, eloquente e detentor de uma voz cristalina. Este trabalho é descrito por Brian como uma aventura, daí a inspiração também para a capa do álbum, as letras variam entre o nascimento, o envelhecer e a morte. Afirma que a mencionada inspiração também proveio de Saint-Exupéry e o seu objectivo era atingir um contraste entre a aventura e drama. A melodia é evidente e convidativa, como podemos comprovar com o single "Knock Me On The Head".
Pomar de Letras é uma colaboração de diversos amigos, em formato "zine". Tem por objectivo encontrar um espaço no nosso meio cultural e divulgar a obra e propostas dos seus colaboradores nas mais variadas expressões. Conta por isso com o apoio e a colaboração de todos. Partilha connosco a tua arte, contacta-nos através da conta de correio electrónico pomardeletras@gmail.com, para que juntos, possamos florescer e ser frutos desta pequena (r)evolução.
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domingo, 30 de novembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
Crime Entre Amigos por Paulo Seara
(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, ou se os quiseres reler, carrega nas ligações para veres o capítulo respectivo.)
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII – 24 e 25 de Dezembro
Nove dias, e o sacrifício de fazer de aparador junto ao altar. As celebrações do Natal cumpridas com tremuras, e a angústia de ganhar, com o passar dos dias, a confiança do clérigo, em especial nos momentos em que recebia as instruções na casa paroquial. Quase paralisou durante as cerimónias do Natal. Pés de pedra e boca muda, Rogério parecia um boneco. De todas as vezes que foi solicitado um torpor invadiu-o, a letargia obrigava-o a respirar fundo, e, quando saía da Igreja questionava-se, porque se fora ele meter naquele buraco.
Desde a tentativa de assalto nenhuma boca se abriu, e o silêncio incomodava-o. O facto de ter extraviado a machada e ninguém a ter encontrado concentrava-o num único ponto, a sua jogada de se tornar sacristão era uma perda de tempo em absoluto; ainda que fosse somente para construir um álibi e conseguir as chaves do templo.
Foram os piores dias de toda aquela aventura, e só encontrou consolo mentindo à mulher, acentuando que realizava uma tarefa com grandes responsabilidades e que se sentia observado comiseradamente pela população. Mas foi sobretudo Edmundo, que entendia o desespero, e para o qual receitava uma dose santa de paciência, que o confortou dizendo-lhe que zelasse por arranjar as chaves da capelinha antes de 25 de Janeiro. No Porto já tinha tudo combinado com um negociante que receptaria o saque.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
SCREEN SHOT por A.A.M.
(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)
Pina (2011) Wim Wenders
Pina (2011) Wim Wenders
“Dance, dance otherwise we are lost”(1). A célebre frase de Pina Bausch serve de tema a Wim Wenders que realiza este filme documental/experimental. Assombrado pela morte da célebre dançarina em 2009, esteve para não ser concluído mas devido a colaboradores e colegas da artista, o realizador foi convencido a terminá-lo, resultando numa obra prima amplamente aclamada. Em Pina, surgem estudos de imagem, som e espaço que marcaram grande parte do trabalho da coreografa de Pina e são representados por Wim Wenders de uma forma única, num complexo trabalho de estética e construção de imagem conceptual. Mais que um filme, uma experiência.
(1) "Dançai, dançai ou estaremos perdidos." (tradução livre do editor)
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
"Barulhos Nosos"
No próximo Sábado, 29 de Novembro, pelas 21:40, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros a Companhia de Dança do Norte North Dance Company apresenta a pré-estreia de "Barulhos Nosos", "uma obra inspirada em ícones Galaico-Portugueses (Norte de Portugal e Galiza), Pauliteiros / Caretos / Danças Tradicionais / Gaita de Foles."
" 'Barulhos Nosos' é um espetáculo de dança contemporânea inspirado nas raízes e tradições Galaico-Portuguesas. “Barulhos Nosos” pretende refletir elementos naturais das terras de um condado que ao longo dos tempos expandiram experiências e culturas animadas pela magia da vida de um povo. Respeitando a silhueta da diversidade e solidariedade que se exprime na harmonia rítmica destes valores, pretendemos que este momento coreográfico reforce a sua importância no presente.
Dado o poder da Globalização exercido nos dias de hoje, onde a partilha económica tende a ocultar, patrimónios, diferenças e características representativas de cada povo e região, é nosso objectivo fazer saltar aqueles ícones para o mundo contemporâneo, contribuindo assim para a sua divulgação e interiorização em mentes agarradas ao conhecimento presente."
" 'Barulhos Nosos' é um espetáculo de dança contemporânea inspirado nas raízes e tradições Galaico-Portuguesas. “Barulhos Nosos” pretende refletir elementos naturais das terras de um condado que ao longo dos tempos expandiram experiências e culturas animadas pela magia da vida de um povo. Respeitando a silhueta da diversidade e solidariedade que se exprime na harmonia rítmica destes valores, pretendemos que este momento coreográfico reforce a sua importância no presente.
Dado o poder da Globalização exercido nos dias de hoje, onde a partilha económica tende a ocultar, patrimónios, diferenças e características representativas de cada povo e região, é nosso objectivo fazer saltar aqueles ícones para o mundo contemporâneo, contribuindo assim para a sua divulgação e interiorização em mentes agarradas ao conhecimento presente."
Livros que nos devoram por Luísa Félix
A família de Pascual Duarte, de Camilo José Cela

Com o intuito de conferir verosimilhança ao relato de
Pascual Duarte, o autor apresenta-o como um manuscrito que o protagonista teria
escrito enquanto esteve preso em Badajoz e que teria enviado, em 1937, a um
conhecido seu, para que fosse publicado, tornando, assim, públicos os motivos
dos vários crimes que cometera. Cela, em notas anteriores e posteriores ao
discurso do protagonista, faz-nos acreditar que o manuscrito teria sido
encontrado no balcão de uma farmácia na localidade de Almendralejo, pelo
próprio transcritor. Entre essas notas, encontra-se a carta em que o
prisioneiro recomendava a publicação do seu manuscrito.
Pascual Duarte, habitante numa pequena aldeia do
interior de Espanha, dá-nos conta, no seu relato, de que a vida lhe trouxe mais
dissabores do que alegrias. Testemunha de um mundo em que prevalece o trágico,
torna-se numa pessoa amarga e intempestiva, na vítima de um destino inexorável,
que o conduz à perdição. É, aliás, ao destino que ele atribui a responsabilidade
pela sequência de assassinatos que comete, que tem início com a morte da
cadela, a Chispa, e que termina com a morte da própria mãe.
Pela violência das descrições e pela crueza de
linguagem que perpassam nas suas páginas, a primeira obra de Cela viu-se, em
pleno franquismo, entre os livros proibidos e rotulada como precursora de um
estilo literário que, em Espanha, ficou conhecido como “Tremendismo”.
Camilo José Cela, que nasceu em Iria Flávia
(Corunha), em 1916, e faleceu em Madrid, em 2002, foi galardoado, em Espanha,
com o Prémio Nacional de Literatura e com o Prémio Príncipe das Astúrias. Em
1989, a academia sueca atribuiu-lhe o Prémio Nobel, pelo conjunto da sua obra.
Da sua vasta obra, destacam-se, além de A Família de Pascual Duarte, A Colmeia (1951), São Camilo (1969) e Mazurca
para Dois Mortos (1983).
A autora, Luísa Félix, pode ser seguida no seu blogue, Letras são papéis.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Poesia de primeira, à Segunda-Feira
Estrela cadente
Eu só nos imagino a caminhar
Pelos campos de trigo em câmara lenta
De mãos dadas com o sol a brilhar
Sonhando com sabor da tua boca a menta
Sabes que só agora aprendi a amar
Perco-me no meio dos conceitos e teorias
Da minha limitação de querer sempre
rastejar
Apoderavam-se de mim todos os medos e
fobias
Clichês criados pelo que pensava ser o amor
Nas suas várias formas misteriosas
Difícil de entender pois causa muita dor
Frágil como um bater de asas furiosas
Uma estrela cadente que arde de saudade
Bela apesar do seu tempo limitado
Sem preocupar pois o que conta é intensidade
domingo, 23 de novembro de 2014
Undenied Pleasures por Nuno Baptista
Estamos habituados a qualidade quando ouvimos falar em Sigur Rós, sobre este penúltimo disco o baixista Georg Hólm afirmou que se trata do álbum mais electrónico que a banda já fez. Depois de alguns problemas no processo criativo, os mesmos foram resolvidos e "Valtari" (2012) tornou-se no único trabalho de Sigur Rós que Georg confessou ouvir no conforto de sua casa. Embora não tenha sido um álbum aclamado pela crítica, está lá a fórmula, estão lá os traços como podem comprovar pelo single "Ekki Múkk".
sábado, 22 de novembro de 2014
Crime Entre Amigos por Paulo Seara
(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, ou se os quiseres reler, carrega nas ligações para veres o capítulo respectivo.)
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI – 15 de Dezembro
Depois de sair do emprego, encontrou o
sacerdote, abeirando-se do posto de correios. Um acaso promissor, assim Rogério
evitava uma visita à casa paroquial. Enquanto o homem remexia uns maços de
envelopes, aproximou-se, flanqueou-o, e cumprimentando-o, apresentou-se. O
momento era de feição. Para arrastar a asa, Rogério valeu-se da sua corajosa
flexibilidade, e, agora, do instinto natural delinquente. Enquanto esperava a
vez, o padre foi-o ouvindo, e na amena cavaqueira, Rogério falou-lhe na falta
que lhe devia fazer o senhor Gonçalves, que em geral era assunto das vozes da
comunidade. No entender do pároco era-lhe útil à prossecução dos ofícios religiosos
no local um novo voluntário. Rogério não perdeu mais tempo e ofereceu os seus
serviços voluntariosos. Indecorosa mentira. O certo é que tinha conseguido
manipular o velho clérigo, a cadeira de sacristão pertencia-lhe deliciosamente.
A curto prazo imaginava-se porta adentro, tacteando as medievais pedras
preciosas.
Agora era só comunicar ao Edmundo. Não
demoraria mais que um mês para unhar a Santa. Mas sentia um derreamento grave
sobre as suas costas: por quanto tempo mais iria ele andar a fazer de conta?
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
SCREEN SHOT por A.A.M.
(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)
The Monuments Men [Os Caçadores de Tesouros] (2014) George Clooney
The Monuments Men [Os Caçadores de Tesouros] (2014) George Clooney
Quando se tem George Clooney, como realizador, sabemos que com ele vem um rol de amigos que juntos preenchem toda a tela do grande ecrã. São eles: Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman, Bob Balaban, entre outros! Neste filme, cuja ação decorre no período durante a 2ª Guerra Mundial, baseado em acontecimentos reais, estes homens reúnem-se numa missão de salvamento peculiar. É seu objetivo recuperar as obras de arte de várias formas que durante as invasões foram reclamadas pelos nazis. Desta forma, estes professores e curadores de museus entram numa guerra desigual para defender aquilo que mais gostam e os seus valores devolvendo a arte aos seus legítimos proprietários, a Humanidade.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Ditados Impopulares
Segue os Ditados Impopulares no facebook. ;)
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Poesia de primeira, à Segunda-Feira
Devaneios
Recusas o teu nome, não podes escrever, nem estar deformado... As estrelas tornam-te tímido com a lágrima contornando a tua face, sentes-te cansado de conhecer a parede àspera... não podes ser alguém que não tu pelos teus olhos, não podes esperar a Primavera, nem o poder do seu título... levantas a mão para alcançar o sonho superficial que paira na tua respiração, não aguentas estar apenas contigo, o horizonte torna-se longo e preenchido pela sombra que se estende até aos teus pés... cansado de venerar, viras costas e vês a estrela da tua glória esquecida em tua memória... que glória?!
Poema/Prosa de Nuno Baptista, retirado do livro Compêndio do Cubo de Gelo.
domingo, 16 de novembro de 2014
Undenied Pleasures por Nuno Baptista
Kid Koala achou boa ideia juntar Dan The Automator e Emily Wells no mesmo projecto, tenho de concordar. Contando, ainda, com a colaboração do artista David Choe, diria que Pillowfight é uma banda para ouvir à noitinha entre conversas animadas, uma vez que temos uma mistura de "Downtempo" com as atmosferas mais envolventes do "Trip-hop". A voz de Emily Wells encaixa que é uma maravilha num jogo de sedução com o ouvinte, as letras embarcam em relações, afecto e obsessão. Saído em 2013, Pillowfight, álbum homónimo, mantém uma presença forte e a junção entre estes dois artistas funciona, como o Kid Koala previa.
Fiquem com a "Rain".
sábado, 15 de novembro de 2014
Crime Entre Amigos por Paulo Seara
(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, ou se os quiseres reler, carrega nas ligações para veres o capítulo respectivo.)
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V – 10 de Dezembro
Rogério já tinha um plano, como o velho Gonçalves morrera devia
agarrar a oportunidade de ficar com a vaga de sacristão. Ter
acesso à capelinha não seria mais um problema, e o cargo garantir-lhe-ia a
descrição que precisava. Edmundo gostou da ideia, era maldosa, a recôndita
mentalidade das pessoas nunca admitiria pensar num sacristão que roubasse uma
imagem, muito embora os sacristães tivessem fama de recolher os fundos das
esmolas. Era necessário convencer o padre, e a paróquia teria um novo, e bem novo serviçal de Deus. A mulher é que não
gostou da ideia. Ela achava-o doido, ele que desde a entrada no serviço militar
nunca conhecera o interior de uma igreja, até ao dia do casamento. De onde lhe vinha
aquele manancial de religiosidade? Tinha estado com gripe, mas não estivera às
portas da morte. Que estranha redenção! Pensar em ser sacristão, substituir o velho Gonçalves acossado
pelo catarro e pela coluna moída.
Disse-lhe que era seu dever, perpetuaria a tradição familiar que um tio-avô deixara sem continuadores, trinta anos
atrás, ainda ele não tinha nascido.
Não obstante as picardias, as
interrogações, as cadeias que a jovem mulher lhe fabricou, este seguiu em
frente, não temendo o figurão entre os amigos. Doido obstinou-se repetidamente
até que se foi “reconciliar com Deus” na pessoa do padre Silva. Mais uma vez,
na tal véspera da reconciliação, Joana lhe
implorou, para que pensasse na chacota de que seria alvo no emprego, na cidade,
e como a família o estranharia, esbugalhada, com aquela “reconciliação”.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
SCREEN SHOT por A.A.M.
(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)
Moon [Moon - O Outro lado da Lua] (2009) Duncan Jones
Escrito em parte e dirigido por Duncan Jones, Moon - O Outro lado da Lua, trata o final da jornada individual de 3 anos de um astronauta, Sam Bell representado por Sam Rockwell, que é responsável por uma mina com base na lua. A acção decorre no ano de 2035 quando após uma crise energética, com a escassez de petróleo no planeta, uma empresa constrói e monopoliza a extracção desta nova fonte de energia à base de hélio. Muito aclamado pela comunidade cientifica e pelo publico em geral, destacam-se o reconhecimento como melhor filme independente em 2009 e um prémio BAFTA.
Moon [Moon - O Outro lado da Lua] (2009) Duncan Jones
Escrito em parte e dirigido por Duncan Jones, Moon - O Outro lado da Lua, trata o final da jornada individual de 3 anos de um astronauta, Sam Bell representado por Sam Rockwell, que é responsável por uma mina com base na lua. A acção decorre no ano de 2035 quando após uma crise energética, com a escassez de petróleo no planeta, uma empresa constrói e monopoliza a extracção desta nova fonte de energia à base de hélio. Muito aclamado pela comunidade cientifica e pelo publico em geral, destacam-se o reconhecimento como melhor filme independente em 2009 e um prémio BAFTA.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Animagem
Animagem é uma rubrica biebdomadária (irra! que palavrão!) em que partilharemos algumas metragens de animação. Out of Sight [Sem Vista (tradução livre)] - uma curta apresentada como projecto de graduação de três alunos da Universidade Nacional de Artes de Taywan - é o filme debutante desta nossa nova rubrica, boas visualizações.
bi·eb·do·ma·dá·ri·o
adjectivo
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
1.
Que se publica ou realiza duas vezes por semana.
2.
Bissemanal.
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
bi·eb·do·ma·dá·ri·o
adjectivo
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
1.
Que se publica ou realiza duas vezes por semana.
2.
Bissemanal.
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
bi·eb·do·ma·dá·ri·o
adjectivo
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
1.
Que se publica ou realiza duas vezes por semana.
2.
Bissemanal.
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consultado em 12-11-2014].
"biebdomadário", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/biebdomad%C3%A1rio [consu
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Poesia de primeira, à Segunda-Feira
Juventude no Sainsburys
(Em Edimburgo)
Juventude que saíste à rua com todas as profissões
São oito horas, nada tens e ficas incendiada a pensar no jantar.
A pasta fresca e os molhos abraçam o leite de uma libra
No saco laranja de um pôr-do-sol na fina película do dia
Como era ontem, agora e sempre na suturação da candura laboral
Esta juventude de cientistas vai para os quartos níveos
Aumentam os níveis de ansiedade sob o olhar atento da Igreja de Tron
E as inquietações carambolam policiadas pelos amigos distantes.
Juventude de todas as conclusões das mais curtas às longas
Não conheceste o tear, e a roda, e as palavras dos subordinados dos teus pais
Juventude de países de primeiro mundo alimentando o carbono dos mercados
Os teus exércitos populares insurgem-se para ir cantar aos jurados.
Dedica-se à palavra, não; então à rima, não;
Recria-se na mesma cultura, das mesmas andaduras
Os ciclos de verduras encarreiradas. E os cabelos ondulados
E os familiares de veludos e de trajes de luzes
Azuis de orgulho, dourados de cinismo, fazem a plateia.
Ilumina-se com este chicote, esta era de novos pobres
Sem pulso para rasgar o nevoeiro, esperando o messias num pacote de bolachas.
Contemplam a terra plantada de escravos
Com corpos de vidro.
Levaste ovos para casa, mas ficaram podres.
Não te preocupes as galinhas tratam de ti.
Eu trato de ti, sou uma fralda, amparo os teus humores,
Sou a alface no teu traje de luces.
A parra do te deum olha por vós
E vós por vós olhais.
(06.07.2014)
Paulo Seara
domingo, 9 de novembro de 2014
Undenied Pleasures por Nuno Baptista
Ahhh Yo La Tengo... Lembro-me do concerto que vi deles na Casa da Música no Porto, que concerto...
Esta banda de culto lançou em 2013 "Fade". O álbum permite-nos apreciar a complexidade da sua simplicidade, temos um "funky groove" com corrosivos "riffs", temos traços de álbuns clássicos como o "Electr-o-Pura" no seu arrojo e depois no meio das guitarras a suavidade de um órgão... "Fade" é minucioso na sua imersão em pôr-do-sol e uma banda-sonora para a noite que vai passando.
Fiquem com a "Ohm" que atesta todas estas características descritas.
sábado, 8 de novembro de 2014
Crime Entre Amigos por Paulo Seara
(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, podes ler aqui o capítulo primeiro, aqui o capítulo segundo e aqui o terceiro.)
Capítulo IV – 30 de Novembro
O dia 30 de
Novembro começou com uma longa roda à volta do quarto. Às 10:30 Rogério andava impaciente com o
regresso de Edmundo. Nada poderia falhar agora. Na noite anterior,
disfarçadamente, tinha saído e escondera os pés de cabra e a machada. A casa
encontrava-se pacificamente silenciosa e estalava o verniz da paciência de Rogério.
Enfim, um atraso que se prolongou até às 11:30, quando Edmundo apareceu, finalmente, e
buzinou fortemente no automóvel.
Os bons amigos se juntaram e logo veio
a família de Rogério atrás, ninguém esperava por ele naquela altura. Edmundo,
evasivo, disse que vinha ao certame de caça, estava a pensar dedicar-se a esse
desporto; depois de satisfeitas as dúvidas, seguiu-se o almoço. O café nem foi
servido, o certame de caça estava quase a abrir, o melhor era fazerem-se ao
caminho, mas os dois já almejavam que a noite caísse depressa.
Pelo pavilhão, manifestavam no seu
vaguear que se encontravam perdidos, com os pensamentos postos no alto do monte
e nas portas da capelinha. Decidiram, para matar o tempo, beber uma caneca de
vinho e comer duas revigorantes chouriças na brasa. Falando do omnipresente
assunto, relançaram confiança, até ao ponto de deliberarem jantar numa das
tendas.
Bem comidos e bebidos voltaram à serra.
Pelas 21:00 depreenderam pelos sinais que não se poderiam
demorar muito, pois ameaçava chover. De chofre em chofre, a carrinha de Rogério
subiu a vereda. Pararam, e fazendo figas, prepararam-se para o assalto. Tinham
tudo pronto, o relógio contava, e o tempo em sucessivas revoluções abrira um
fôlego quente da respiração. Por entre a vegetação, irromperam duas luzes
secretas. E foram directas à parte de trás do templo. Meio embrumados
apagaram as lanternas. Tinham o pé de cabra e a machada, a porta o alvo primal.
No escuro a machada elevou-se, o pé de cabra já tinha vitimado um pouco a
porta, a machada partiria e deslindaria as placas de madeira. Tudo corria bem,
mas eis que dois faróis se acenderam. Como dois presos ou dois coelhos na mira
da morte, fugiram, deixando a machada no chão. Não tinham reparado que entre
dois pinheiros existia um automóvel. Agora não tinham tempo para averiguações,
contavam salvar a pele. Podiam ter sido observados e quem sabe reconhecidos.
Rogério não se recordava de, em todas as vezes que vigiara o local,
observar movimentos estranhos. Edmundo replicou com rancor. Na carrinha discutiram, porque todo o
secretismo do golpe estaria de uma próxima vez prejudicado. Na próxima vez não
haveria uma feira da caça que servisse de álibi. Bem longe estava posta a
próxima oportunidade. Tudo parecia dar azo para desistirem do projecto. E por
causa de uns namorados ou lá o que fosse. Mas Rogério entendeu que nem tudo se
escapulira das suas mãos. Ele sozinho conduziria a missão, enquanto Edmundo negociaria no mercado negro as jóias a um bom preço.
E até se equacionou vender a Santa, quanto mais dinheiro juntassem melhor.
No regresso a casa, de ânimos serenos,
pensaram também em se vingar dos miseráveis que apareceram ao canto do descampado. No fim de contas correram
riscos, e quem não os corre que os alugue no clube de vídeo. Sentiam-se heróis
e criminosos, e encontravam-se perplexos quanto à possibilidade de o povo falar
numa tentativa de assalto à capelinha, ou até de uma tentativa de assassinato
de um casalinho de amantes, ou até as duas estrelinhas juntas. Riram bastante
das suas perversões, e riram pensando já se saberem ricos.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
SCREEN SHOT por A.A.M.
(Screen Shot é escrito segundo a nova variação ortográfica.)
Homeland [Segurança Nacional] (2011)
Homeland [Segurança Nacional] (2011)
Se há series que por vezes não se
enquadram na nomenclatura de um género, há outras que o definem e categorizam.
Resumidamente, Homeland, faz juz à identidade Drama/Suspense, com mérito
reconhecido com vários prémios nessa categoria. Com os papeis
fundamentais de Claire Danes,
Mandy Patinkin e Damian Lewis,
traz-nos à luz dilemas atuais representados através do regresso de um soldado
norte-americano, que após vários anos de cativeiro em solo Israelita volta à
sua Nação ele próprio com conflitos individuais. Estreou em Outubro a sua quarta
temporada.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Poesia de primeira, à Segunda-Feira
O dia quente
amolece
Entre os ramos da ameixeira
E o sol das folhas tece
Uma repousante esteira.
Em que me deito por dentro
E me levanto por fora,
Do seu tronco, o meu centro,
Em ramagem indo embora.
Plácidas flores lhe colhi,
Frutados sabores provei,
Sob a sombra que escolhi
Quando por ali passei.
Entre os ramos da ameixeira
E o sol das folhas tece
Uma repousante esteira.
Em que me deito por dentro
E me levanto por fora,
Do seu tronco, o meu centro,
Em ramagem indo embora.
Plácidas flores lhe colhi,
Frutados sabores provei,
Sob a sombra que escolhi
Quando por ali passei.
Hugo Carabineiro
Undenied Pleasures por Nuno Baptista
Benoît Pioulard, de nome verdadeiro Thomas Meluch, que tem mantido uma consistência artística ao longo da carreira, lançou dia quatro de Março do ano passado o seu quarto álbum, de nome "Hymal". Para este trabalho, Thomas, afirma que os anos em que viveu na Europa lhe deram uma inspiração, que o próprio não esperava, nas Catedrais que visitou e em todo o ambiente religioso, considerando este álbum como um trajecto de fé e sentido de pertença numa existência que se baseia em rituais, tradições e noções de eternidade. Temos presente a "Electrónica", o "Ambiente" e o "Folk" que o caracteriza, como podemos confirmar no single fortíssimo "Margin".
Crime Entre Amigos por Paulo Seara
(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, podes ler aqui o capítulo primeiro e aqui o capítulo segundo.)
Capítulo III – 3 de Novembro
Rogério andou às voltas com a ideia, era uma tentação que lhe cantava na cabeça, e decidiu-se a participar. A caminho para o
campo agitava as mãos dentro dos bolsos do casaco, friccionando a sua emoção, uma excitação de
premeditado criminoso com um sorriso nos
lábios. Edmundo haveria de gostar da decisão. A ideia tinha partido dele, e ele haveria de trocar as
jóias da melhor maneira. Mas interrogava-se quanto à maneira de roubar a
capelinha, roíam-lhe uma série de dúvidas que esperava dissipar com o organizador de toda aquela
trama.
Não demorou.
Assim que se observaram mutuamente, reagiram alegremente, já sentindo o faro do
tesouro que os esperava. Iam até ao fim, e por amizade e segurança juraram ter o máximo de secretismo. Primeiro, antes de lançar a rede à sacra imagem, tinham
de estudar o local, para não se exporem, planearam o assalto para uma noite no
fim do mês. A 30 de Novembro entrariam, fosse como fosse, no templo e, com os
segundos contados, levariam a imagem para longe, onde na segurança do silêncio retirariam o cromático conteúdo. Quanto à imagem,
pensariam mais tarde no que lhe
fazer. O importante era o conteúdo. A conversa demorou toda a tarde, os passos de cada
um pertenciam a um futuro que já pertencia ao presente da conversa. Não existia
nada mais fácil de realizar!? Para disfarçar o roubo inventaram o estratagema de
uma viagem a um certame de caça na
cidade, de certo teriam de lá passar, disfarçando o seu traço
criminoso. E, com o plano decorado, tratariam agora de arranjar uns pés de
cabra, dois fatos de macaco e duas lanternas…
Faltava ainda
reconhecer o local, memorizar os carreiros entre as murtas e urzes, as
aflorações de pedras, os pontos mais perigosos, sem esquecer a iluminação do recinto e a
resistência das portas. Foi sobretudo este último ponto que os levou a usarem
uma machada, para além de um pé de cabra.
Sentia-se
depois da longa maquinação um ar pesado e o olhar espesso; faltava-lhes o ar de
30 de Novembro, respirariam fundo antes de arrepiar caminho. Depois da hora do
lobo, refastelariam com o saque. Esperavam estupefactos que toda a história
fosse verdade, mas, apesar da desconfiança cofiada nas caras, sentiam o ar da
aventura e os relâmpagos do medo que faziam subir os baixos escrúpulos.
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