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sábado, 22 de novembro de 2014

Crime Entre Amigos por Paulo Seara

(Se perdeste, algum dos capítulos anteriores de Crime Entre Amigos, ou se os quiseres reler, carrega nas ligações para veres o capítulo respectivo.)

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V


Capítulo VI – 15 de Dezembro



Depois de sair do emprego, encontrou o sacerdote, abeirando-se do posto de correios. Um acaso promissor, assim Rogério evitava uma visita à casa paroquial. Enquanto o homem remexia uns maços de envelopes, aproximou-se, flanqueou-o, e cumprimentando-o, apresentou-se. O momento era de feição. Para arrastar a asa, Rogério valeu-se da sua corajosa flexibilidade, e, agora, do instinto natural delinquente. Enquanto esperava a vez, o padre foi-o ouvindo, e na amena cavaqueira, Rogério falou-lhe na falta que lhe devia fazer o senhor Gonçalves, que em geral era assunto das vozes da comunidade. No entender do pároco era-lhe útil à prossecução dos ofícios religiosos no local um novo voluntário. Rogério não perdeu mais tempo e ofereceu os seus serviços voluntariosos. Indecorosa mentira. O certo é que tinha conseguido manipular o velho clérigo, a cadeira de sacristão pertencia-lhe deliciosamente. A curto prazo imaginava-se porta adentro, tacteando as medievais pedras preciosas.


Agora era só comunicar ao Edmundo. Não demoraria mais que um mês para unhar a Santa. Mas sentia um derreamento grave sobre as suas costas: por quanto tempo mais iria ele andar a fazer de conta?

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