Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI – 15 de Dezembro
Depois de sair do emprego, encontrou o
sacerdote, abeirando-se do posto de correios. Um acaso promissor, assim Rogério
evitava uma visita à casa paroquial. Enquanto o homem remexia uns maços de
envelopes, aproximou-se, flanqueou-o, e cumprimentando-o, apresentou-se. O
momento era de feição. Para arrastar a asa, Rogério valeu-se da sua corajosa
flexibilidade, e, agora, do instinto natural delinquente. Enquanto esperava a
vez, o padre foi-o ouvindo, e na amena cavaqueira, Rogério falou-lhe na falta
que lhe devia fazer o senhor Gonçalves, que em geral era assunto das vozes da
comunidade. No entender do pároco era-lhe útil à prossecução dos ofícios religiosos
no local um novo voluntário. Rogério não perdeu mais tempo e ofereceu os seus
serviços voluntariosos. Indecorosa mentira. O certo é que tinha conseguido
manipular o velho clérigo, a cadeira de sacristão pertencia-lhe deliciosamente.
A curto prazo imaginava-se porta adentro, tacteando as medievais pedras
preciosas.
Agora era só comunicar ao Edmundo. Não
demoraria mais que um mês para unhar a Santa. Mas sentia um derreamento grave
sobre as suas costas: por quanto tempo mais iria ele andar a fazer de conta?
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