sono de acordado sonhar sem adormecer no pesadelo
deserto algum me pode completar e o vazio alagar de amar
estou tão pleno como numa cabeça calva abunda cabelo
morro no tédio de viver uma rebeldia infrutífera e calada
tédio de ser vazio-humano e menos ainda que nada
latido nocturno de um qualquer rafeiro pensamento vadio
com a cabeça entre as pernas sou cobarde humano-vazio
estou tão sozinho que nem a tristeza me acompanha
até a depressão se foi vendo solidão tamanha
sou a culpa que morre solteira o ódio que dela desfalece
a voz rouca não ouvida ao deus pagão orada prece
resta-me o nada na calada noite em que ao céu estrelas retornam
e sonho estranhos pesadelos que em o não sendo se transformam
Rogério Paulo Martins
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